"Os 3 estados de um objeto"

Com o uso dos objetos podemos evoluir uma narrativa interativa de um simples conto até um sofisticado adventure, cheio de variantes e variações. Vale lembrar que objetos são essencialmente elementos que podem ser manipulados pelo leitor e/ou pela narrativa (pegar, soltar, carregar, esconder, colocar dentro de outro objeto, etc) e que, independente de onde estejam, possuem descrições e funcionalidades próprias. Nesse aspecto, precisamos lidar com três tipos ou “estados” de objetos, traçando um paralelo com os três estados da matéria:


1) Objeto sólido

Como o nome diz, é um objeto que está inserido de tal forma em um determinado ponto da narrativa que não pode ser movido. Por exemplo:

“Entramos em um grande salão, com grossas colunas que sustentam um teto muito alto. Fachos de luz colorida atravessam vitrais magníficos e um deles, de cor mais branca, atinge um altar, onde uma reluzente adaga, com joias incrustadas, repousa próxima a uma bela imagem.”

Nesta cena temos vários objetos: a(s) coluna(s), o altar, a imagem e a adaga. Obviamente não poderemos “pegar” uma das colunas de sustentação, ou o altar, ou mesmo a imagem. A princípio, o jogador poderia pegar a adaga, contanto que ela não estivesse vinculada como está à descrição do local. A menos que o sistema reconheça esta ação e faça ele próprio as alterações necessárias, não faria sentido o jogador retornar ao local carregando consigo a adaga e visualizar novamente a descrição “há uma adaga sobre o altar”.

2) Objeto líquido

São os objetos que podem ser livremente manipulados pelo leitor ou pela própria narrativa. No exemplo acima, bastaria fazer uma pequena mudança na descrição do local:

“Entramos em um grande salão, com grossas colunas que sustentam um teto muito alto. Fachos de luz colorida atravessam vitrais magníficos e um deles, de cor mais branca, atinge um altar.”

Ao ser solicitada uma avaliação mais detalhada do altar, por exemplo, o resultado seria algo parecido com:

“Altar de orações onde uma reluzente adaga, com joias incrustadas, repousa próxima a uma imagem.”

Depois que o jogador pegar a adaga, a descrição poderia mudar para:

“Altar de orações onde uma estranha imagem se destaca.”

Obviamente a adaga não está mais no altar, e sim de posse do jogador, que poderá usá-la mais adiante como item de barganha, para enfrentar algum inimigo ou apenas como um objeto decorativo.

3) Objeto gasoso

Possui as mesmas características do objeto líquido, com a diferença de que este é um objeto único, ou seja: apenas um jogador poderá tê-lo, a menos que o perca ou o deixe em algum lugar.

Obviamente que um objeto desses precisa ser muito bem planejado para não impedir que outros leitores ou jogadores sigam adiante em suas jornadas.


Ok, entendi

Recapitulando...

Índice das páginas