II - O Bilhete
Sobre o bilhete o coronel foi taxativo: a letra era
muito parecida com a do piloto e ele foi escrito nas
costas de um relatório de manutenção do avião.
Nele o piloto relata que durante quatro dias a chuva
não deu trégua e todas as tardes chovia até o por do
sol, mesmo o dia amanhecendo com o céu limpo.
No quinto e sexto dia não choveu e como não havia
mais água ou comida o piloto resolveu arriscar na mata.
Disse ele textualmente:
"Ao procurar um local para pousar depois da pane, notei
que estava em um vale, com montanhas à leste e oeste e
um grande lago ao norte. Decidi seguir rumo norte até
o lago e tentar dali encontrar uma saída."
Essas foram as últimas palavras do piloto e de lá até
hoje só mesmo especulações sobre o que de fato
aconteceu. No bilhete ainda tem um trecho confuso em
que ele fala de vozes na mata e luzes no céu.
Provavelmente sinal de que ele já apresentava algum
problema devido ao acidente.