Este é o ponto onde a grande maioria dos projetos de jogos empaca. A questão pode até parecer complexa e exigir a presença de um artista gráfico com excelentes dotes para a criação de elementos visuais específicos para nossos jogos. Mas não só não é fácil encontrar um profissional com essas qualificações, como seria impraticável, dentro do espírito de fazer um jogo e se divertir/aprender ao mesmo tempo.

Então ficamos em saída? Condenados a fazer até a eternidade aqueles jogos esquálidos, em modo texto (DOS) ou que mais parecem saídos da idade do bit lascado? Embora possamos fazer excelentes jogos só com letras e números, essa prática não condiz com os tempos modernos, onde impera a multimídia e os computadores velozes. Além do que ela é estremamente limitada visualmente.

A solução, no entanto, não é tornar-se um artista gráfico mas desenvolver uma prática de edição e manipulação de imagens, que nos permita, por exemplo, sair de situações aparentemente complicadas como essa: como afinal de contas eu vou fazer a imagem de um mar em 360 graus?

É muito simples: pegue uma câmera fotográfica, um barco e vá para além da costa. Fotografe nas quatro direções dos pontos cardeiais e depois escaneie essas imagens (ou use logo uma câmera digital). Não é piada não. Boa parte dos problemas gráficos são resolvidos assim mesmo: copiando a própria natureza. É notória a lenda da criação do jogo Prince of Persia, onde seu criador filmou o irmão fazendo os movimentos do personagem, para que ele pudesse ter uma base real para trabalhar. Hollywood cansa de fazer isso nos filmes, não só filmando movimentos de atores, como modelando objetos a partir de maquetes, modelos, desenhos, etc.

Voltando ao nosso jogo, onde, afinal de contas, poderemos arranjar uma foto de mar, nas condições desejadas, sem grandes esforços e sem ter que viajar quinhentos quilômetros até o litoral mais próximo? Editar graficamente fotos de origens diferentes não é viável.

Resta uma saída: modelar em 3D. Usamos o programa Vista Pro que cria paisagens. O nosso propósito é obter apenas quatro "fotos". Criamos um grande mar, alto o suficiente para encobrir toda a terra e posicionamos a câmera no centro do modelo. A seguir, vamos girando o target de modo a obter as quatro imagens desejadas.

Pronto. É só renderizar cada uma das quatro vistas e depois reuní-las num editor gráfico, de modo a parecer uma foto produzida por um giro de 360 graus.