O Senhor dos Anéis
Três Anéis para os Reis-Elfos sob este céu,
Sete para os Senhores-Anões em seus rochosos corredores,
Nove para os Homens Mortais, fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as Sombras se deitam.
Um Anel para a todos governar, Um Anel para encontrá-los,
Um Anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as sombras se deitam.


Dez entre dez jogadores de RPG conhecem, pelo menos de ouvir falar, a obra. Dez entre dez amantes de jogos do tipo adventure conhecem, pelo menos indiretamente, os personagens, suas raças e suas principais características. Para quem cria, ou pretende criar jogos, a sua leitura é obrigatória e indispensável.

Qualquer pessoa comum que tenha ido ao cinema, lido um bom livro de aventuras, participado de um jogo de tabuleiro ou é praticante da informática informal (aí incluídos os jogos de inteligência), dificilmente irá deixar de reconhecer os traços marcantes da literatura de um autor inglês chamado John Ronald Reuel Tolkien, ou como ficou conhecido no mundo todo J.R.R. Tolkien.

Para nós, seres viventes nesta era de multimídia, TV a cabo e DVD ao alcance dos nossos dedos, o universo criado por J.R.R. Tolkien pode até parecer familiar. Mas lembre-se, caro leitor, que ele escreveu sua obra entre as décadas de 30 e 50, quando o rádio dominava o cenário cultural e cinema e televisão eram coisas "do futuro".

Não é para menos que recentemente sua principal criação, o livro O Senhor dos Anéis, foi considerado na Europa como a obra literária do século 20. E, no que depender dos amantes de uma boa estória, ela faz juz plenamente a este título.

Mas afinal, do que é que estamos falando? De uma obra composta por três parrudos volumes com aproximadamente 600 páginas de texto cada um e, pasmem caros leitores com menos de 20 anos, sem nenhuma figura ou ilustração. Apenas e tão somente texto.

Tolkien não escreveu apenas uma estória, entremeada de cenários e personagens deslumbrantes. Ele criou um universo inteiro, com referências complexas e abrangentes sobre todas as ramificações e cruzamentos entre os personagens. Nada está alí por acaso ou preenchendo um espaço vazio. Tudo se interliga com um fio de imaginação e criatividade raramente observável a olho nú em nossa moderna produção literária.

Ele nasceu no dia 3 de janeiro de 1892 em Bloemfontein, na África do Sul, e seus pais morreram quando ainda era uma criança. Desde cedo adquiriu o costume de escrever diários onde inventava línguas, misturando finlandês, gótico, latim e saxão. Elas seriam usadas mais tarde para compor falas de fadas, goblins, orcs e outras criaturas de suas obras.

Tolkien teve quatro filhos e para entreter a prole, que adorava ouvir suas estórias, queria escrever algo ao mesmo tempo divertido e didático. Reza e lenda que um dia, corrigindo provas em Oxford, onde era professor de línguas, deparou-se com uma folha em branco e escreveu: "num buraco na terra vivia um hobbit".

Durante muito tempo o autor atravessou noites e madrugadas imaginando quem seria o tal hobbit. Começou a escrever um livro por volta de 1930. A princípio não passava de uma aventura para a platéia doméstica sobre o hobbit Bilbo que, na companhia do mago Gandalf e de um grupo de 13 anões, resgata o fabuloso tesouro guardado pelo dragão Smaug. No caminho, o pequeno herói encontra águias, lobos, orcs e humanos que viram ursos, entre outros personagens fascinantes.

O livro The Hobbit foi impresso em 1936 e incluiu mapas, ilustrações e mensagens em línguas élficas. Esgotou-se em pouco tempo. Nos anos seguintes a obra ganhou traduções em sueco, alemão, holandês, polonês, espanhol, dinamarquês, finlandês, italiano, etc.

Na esteira das boas vendas, a editora encomendou a Tolkien uma continuação para o The Hobbit. Assim teve início a concepção de sua obra-prima, O Senhor dos Anéis. O livro levou 12 anos para ser completado e foi dividido em três volumes: A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei, que narram a aventura do hobbit Frodo e seus amigos (incluindo ninguém menos que o mago Gandalf novamente), na guerra pelos Anéis do poder.

São esses personagens inusitados que, reunidos sob um mesmo propósito, acionam um mundo fantástico de criaturas e de culturas tão díspares quanto as que vemos hoje em nosso mundo real. A magia da obra fica por conta principalmente das personalidades envolvidas e envolventes. O Senhor dos Anéis é antes de tudo uma lição de humildade, perseverança e principalmente amizade.

 

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